ATA DA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 20-3-2003.
Aos vinte dias do mês de março de dois mil e três,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino
Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé
Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho,
Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Darci
Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência
de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Após, face
Requerimento da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratamento
de Saúde nos dias dezenove e vinte de março do corrente, apregoado durante a
Décima Segunda Sessão Ordinária, o Senhor Presidente declarou empossado na
vereança, no dia de hoje, o Suplente Paulinho Ruben Berta, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências e o Pedido
de Informações nº 045/03 (Processo nº 1199/03); pelo Vereador Dr. Goulart, 01
Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 14 Pedidos de
Providências, os Pedidos de Informações nºs 044 e 046/03 (Processos nºs 1173 e
1205/03, respectivamente) e a Indicação nº 012/03 (Processo nº 1206/03); pelo
Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Informações nºs 038 e 039/03 (Processos
nºs 1126 e 1127/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios n°s
053/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 130/02, do Senhor José
Pereira da Silva, Diretor do Departamento de Gestão do Fundo Nacional de
Assistência Social do Ministério da Previdência e Assistência Social; 3550/02,
do Senhor Gilberto Chiapinotto, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa
Econômica Federal – CEF; 001/03, do Vereador Leo da Silva Câmara, Presidente da
Câmara Municipal de Boa Vista das Missões – RS; 007/03, do Vereador Roberto
Camargo, Presidente da Câmara Municipal de Capivari do Sul – RS. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Joaquim Júlio
Carvalho de Proença Sigaud, Coordenador da Associação Liga de Amparo aos
Necessitados - ALAN, que discorreu sobre as diretrizes dessa entidade no
sentido de desenvolver projeto educativo de responsabilidade social intitulado
“Jovens em Ação”, que busca oportunizar condições de trabalho para jovens
carentes. Também, destacou a importância do engajamento da sociedade civil
organizada e do Poder
Público, no que se refere à realização de iniciativas similares que possibilitem incluir socialmente esse
segmento da população. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
Vereadores Beto Moesch, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Ervino Besson, Raul
Carrion, Wilton Araújo e Carlos Alberto Garcia manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente
registrou a presença do Vereador Ernani Melo, do PPB do Município de Erechim -
RS. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 008/03, firmado pelo Vereador Marcelo
Danéris, Líder da Bancada do PT, informando que, a partir de hoje, a Vereadora
Maristela Maffei passa a exercer a função de 2ª Vice-Líder da Bancada do
Partido dos Trabalhadores nesta Casa. A seguir, o Vereador Marcelo Danéris
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a realização,
nesta Sessão, de ato solene em virtude do início da guerra entre os Estados
Unidos da América - EUA e o Iraque. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni
discorreu sobre as tratativas realizadas entre o Poder Público e entidades
carnavalescas de Porto Alegre, no intuito de buscar o consenso acerca da
construção de uma pista de eventos na área do Porto Seco. Nesse sentido,
informou que a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL visitará
a referida área na próxima terça-feira, às quinze horas, convidando os Senhores
Vereadores a participarem dessa visita. O Vereador Reginaldo Pujol leu trechos
de matéria veiculada no jornal eletrônico “Estadão” do dia dezenove de março do
corrente, no que se refere à decisão do Tribunal Regional Federal em liberar
documentos e dinheiro apreendidos da Empresa Lunus Serviços e Participações, de
propriedade da Senhora Roseana Sarney, ex-Governadora do Estado do Maranhão.
Também, afirmou que essa apreensão inviabilizou a candidatura da referida
Senhora à presidência da República. O Vereador Ervino Besson reportou-se à
deflagração, ontem, da guerra entre os Estados Unidos da América - EUA e o
Iraque, ressaltando a importância da adoção, pelos parlamentos do mundo, de uma
postura contrária a esse evento. Ainda, criticou o pronunciamento efetuado pelo
Senhor George Walker Bush, Presidente dos EUA, no que tange às justificativas
apresentadas para a realização do conflito e lamentou suas conseqüências para a
população iraquiana. O Vereador Elói Guimarães pronunciou-se sobre os
acontecimentos que levaram os EUA a declarar guerra contra o Iraque, analisando
a conjuntura política e econômica que propiciou esse fato. Também, teceu
considerações sobre a postura adotada pela Organização das Nações Unidas - ONU
- na busca de alternativas para evitar esse confronto, questionando as
prováveis diretrizes dessa organização após o término da guerra e afirmando que
a mesma perdeu a credibilidade. O Vereador Renato Guimarães lastimou a
ocorrência da guerra entre os EUA e o Iraque, aludindo ao ato solene realizado
por esta Casa durante a presente Sessão. Ainda, lembrou iniciativa da sociedade
gaúcha de constituir o Comitê Estadual pela Paz, discursando sobre
a necessidade de
preservação dos valores humanitários e democráticos no mundo e
informando ter protocolizado Moção de Repúdio à postura do Senhor George Walker
Bush na condução daquele episódio. O Vereador Zé Valdir dissertou sobre a
sucessão de conflitos havidos entre os povos ao longo da história das
civilizações. Também, afirmou estarem os Estados Unidos da América - EUA -
utilizando métodos condenáveis em busca da afirmação de sua supremacia e
advertiu sobre o potencial prejuízo que a deflagração da guerra entre os EUA e
o Iraque trará para a imagem da Organização das Nações Unidas – ONU. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 011
e 016/03, o Projeto de Lei do Legislativo nº 022/03; em 2ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nºs 018 e 014/03, este discutido pelos Vereadores
Margarete Moraes, Renato Guimarães, Zé Valdir e Darci Campani, e 016/03,
discutido pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Projetos de Lei do Executivo nºs
008 e 009/03, este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães e Darci Campani;
em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 012 e 013/03, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 134/01, discutido pela Vereadora Margarete Moraes, os Projetos
de Lei do Executivo nºs 006, 007, 010, 011 e 013/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Carlos Alberto Garcia agradeceu ao Senhor Lupicínio Rodrigues Filho
pela indicação do nome de Sua Excelência para receber o troféu “Se Acaso Você
Chegasse”, destacando ser a primeira vez que um parlamentar recebe esse prêmio.
Também, no que diz respeito à valorização da cultura local, enalteceu a
iniciativa da casa temática “Se Acaso Você Chegasse”, de proporcionar
oportunidades para novos músicos. O Vereador Sebastião Melo, referindo-se à
ação armada dos Estados Unidos da América - EUA - contra o Iraque, teceu
considerações acerca de enfrentamentos bélicos ocorridos entre povos ao longo
da história da civilização e apontou o Senhor George Walker Bush, Presidente
dos EUA, como agente de expansão do sistema capitalista ocidental. Ainda,
enfatizou serem as guerras agressões à soberania de nações politicamente
organizadas. O Vereador Raul Carrion historiou episódio referente aos
primórdios da civilização grega, estabelecendo analogia entre o regime
escravista da antiga Atenas e a postura atualmente assumida pelos Estados
Unidos da América - EUA - perante países menos desenvolvidos. Também, alertou
para possíveis desdobramentos decorrentes da deflagração de ofensiva armada dos
EUA contra o Iraque, à margem do que preconiza a Organização das Nações Unidas
- ONU. O Vereador Cláudio Sebenelo declarou-se contrário à ação armada dos
Estados Unidos da América - EUA - contra o Iraque, salientando serem
desproporcionais os potenciais bélicos desses países. Ainda, teceu críticas às
orientações transmitidas por meio de correio eletrônico pela Senhora Ana Regina
Boll, Secretária Municipal Adjunta de Saúde, à Coordenação do referido órgão. O
Vereador João Carlos Nedel reportou-se ao encontro realizado, ontem, entre Sua
Excelência, dirigentes da Catedral Metropolitana de Porto Alegre e o Senhor Adeli Sell, Secretário Municipal da
Produção, Indústria e Comércio - SMIC, a fim de tratar do turismo na Capital.
Nesse aspecto, lembrou haver, em Porto Alegre, vocação para o turismo religioso
e citou como exemplos a Igreja Nossa Senhora das Dores e o Santuário Mãe de
Deus, entre outros pontos turísticos da Cidade. O Vereador Isaac Ainhorn
pronunciou-se sobre os transtornos que afligem os moradores do Bairro Floresta,
nas imediações da Praça Florida, no que concerne ao movimento noturno dos
profissionais do sexo que trabalham naquela área. Em relação ao assunto,
afirmou ter recebido documento da comunidade local, onde é manifestado o
desagrado pela continuidade do problema e propugnou pela intervenção do
Executivo Municipal para que solucione a questão. O Vereador Marcelo Danéris
teceu considerações sobre as manifestações desse Legislativo, de rejeição à
guerra no Iraque, sobre a inauguração do novo prédio da Vigilância Sanitária do
Município e analisou a intenção do Executivo Federal em discutir com a
sociedade brasileira os investimentos públicos. Também, elogiou a Empresa
Carris Porto-Alegrense por ter recebido o Prêmio Top of Mind e enfocou as
políticas do Governo Municipal de combate à fome. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do ex-Vereador Homero Ferrugem Martins, do
extinto Movimento Trabalhista Renovador - MTR. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Reginaldo Pujol externou sua preocupação com os problemas de ordem
internacional que afetam o mundo atualmente, chamando a atenção, por outro lado,
a respeito da necessidade de que se mantenham os debates centrados na realidade
do Município. Nesse contexto, citou exemplos de obras inacabadas em Porto
Alegre que, segundo Sua Excelência, devem ser analisadas mais aprofundadamente.
A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
votado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, o qual obteve dez
votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato Guimarães, tendo
votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Raul Carrion,
Renato Guimarães e Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente,
face à inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas e cinqüenta
minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e Maria
Celeste e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste,
1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia Maranhão solicita Licença
para Tratamento de Saúde nos dias 19 e 20 de março.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de Licença da Ver.ª Clênia Maranhão e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
à
TRIBUNA POPULAR
O
Sr. Joaquim Júlio Carvalho de Proença Sigaud, Coordenador do Projeto de
Responsabilidade Social “Jovens em Ação”, da Liga de Amparo aos Necessitados,
está com a palavra.
O SR. JOAQUIM JÚLIO CARVALHO DE PROENÇA
SIGAUD: Boa-tarde a
todos, boa-tarde ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre Ver.
João Antonio Dib, ao Ver. Beto Moesch, aos Vereadores e Vereadoras das demais
Bancadas, às senhoras e aos senhores presentes. Hoje é um dia de festa. Um ano
de sucesso de um empreendimento social localizado na região Leste de Porto
Alegre, que tem o seu nome Jovens em Ação, projeto de responsabilidade social,
que busca resgatar a cidadania das comunidades mais desvalidas de nosso
Município.
Existe
algo melhor do que ter boas perspectivas? Ter, no horizonte, a possibilidade de
crescer? De desenvolver-se e vislumbrar realidades melhores? Pois bem, Jovens
em Ação é um projeto que tem como objetivo levar um conjunto de atividades
educativas, com vistas a desenvolver as competências necessárias para que
adolescentes em situação de vulnerabilidade social possam, com maior
facilidade, acessar o mundo do trabalho, e nele permanecerem, seja através da
conquista de um emprego, seja através da iniciativa própria.
Para
aqueles que têm a cidadania resgatada é a chance de construir um cenário menos
desolador e de ter mais páginas no calendário de suas vidas. Jovens em Ação
transforma suas comunidades em locais produtivos, dessa forma, tecendo uma
cultura de paz por um mundo melhor. O papel do Governo e da sociedade civil
organizada é de vital importância para que essa população de excluídos possa
assumir o papel de direito que cabe a cada jovem de nossa sociedade. O Brasil
ainda engatinha em termos de investimento social, mas o principal é que a
semente já foi plantada e, sobretudo, que a cada dia surgem mais interessados
em lavrar essa terra, cuja fecundidade será celebrada por todos nós. “Invista
no presente e no futuro de nossos jovens, pois um país que não respeita seus
jovens não vai ter quem escreva, quem conte sua história.” Toda essa é a
proposta desenvolvida na ALAN, no projeto Jovens em Ação, que completa hoje um
ano de sucesso e empreendedorismo social, levando a toda a cidade de Porto
Alegre um exemplo a ser seguido pela sociedade civil, sensibilizando a
cidadania corporativa dos segmentos empresariais do nosso Estado e do nosso
Município, para que invistam em projetos consolidados, projetos que realizam
ações sociais de impacto, que possibilitam a esses jovens garantir um local na
nossa sociedade.
Encerro
este momento com uma frase de reflexão de um grande estadista norte-americano,
John Kennedy, que dizia: “Se você não faz parte do problema, você tem a solução
do mesmo!” Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Sr. Joaquim Júlio Carvalho de Proença Sigaud é
Coordenador da Associação Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN -, e já esteve
aqui no ano passado na Tribuna Popular para falar sobre os quarenta e cinco
anos da Associação. Portanto, este ano a ALAN está fazendo quarenta e seis
anos. Uma Instituição que já nasceu para garantir o direto das crianças e dos
adolescentes em situação de risco muito antes do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Expresso isso, porque V. S.ª disse aqui uma coisa muito
importante: o Brasil ainda engatinha em investimento social, mas a sociedade
organizada, através das respectivas organizações não-governamentais, como a
ALAN, lá inserida na Vila Bom Jesus, há muito vem fazendo isso e não está
engatinhando. Mas ainda: é um paradigma para o Poder Público de como atuar na
defesa dos mais necessitados.
Queremos,
portanto, cumprimentar por um ano de sucesso do projeto Jovens em Ação, que é
mais uma atividade da ALAN, de responsabilidade social, visando justamente ao
resgate da cidadania de pessoas que estavam desamparadas e que recebem apoio da
ALAN e dos seus parceiros.
A
Câmara Municipal quer ser parceira da ALAN, porque tem obrigação, nesse
sentido, de atuar dentro da responsabilidade social, do resgate à cidadania de
pessoas extremamente carentes, principalmente ali da região da Vila Bom Jesus.
Mais
uma vez, parabéns à ALAN, que dá um exemplo ao Poder Público e à sociedade como
um todo de como atuar de forma objetiva em defesa das pessoas mais necessitadas.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registramos a presença entre nós do Ver.
Ernani Melo, do PPB de Erechim. V. Ex.ª está em casa, sinta-se perfeitamente à
vontade e seja bem-vindo. Saúde e paz!
O
Ver. Renato Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Joaquim, nosso companheiro e colega de
trabalho na área social, o trabalho e a história da ALAN vem sendo registrado
nessa caminhada longa. É importante fazermos uma referência que, muito além do
trabalho que o Joaquim apresentou aqui, que é um trabalho com jovens, um
trabalho educativo, a ALAN desenvolve, não só na Região Leste, na Vila Bom
Jesus, mas também tem um papel de liderança na articulação das políticas
sociais voltadas para a criança e o adolescente no Município de Porto Alegre.
Ela possui um papel decisivo na participação junto ao Conselho dos Direitos da
Criança e do Adolescente na Cidade. Nós temos que fazer essa referência.
É
também importante dizermos aqui – e o Joaquim fazia essa menção anteriormente
quando conversávamos – que só nesse trabalho que o Joaquim nos apresentou, um
trabalho com jovens em parceria com a Prefeitura, neste ano, foram alocados – é
importante destacarmos isso – 680 mil; recursos públicos estatais da
Prefeitura, que, em parceria com a sociedade e com inúmeras entidades da cidade
de Porto Alegre, vem desenvolvendo um trabalho de imensa importância para o
jovem.
Por
fim, queremos saudar a presença do Joaquim, da ALAN, aqui, a qual tem esse
trabalho que vai muito além das fronteiras do trabalho da Vila Bom Jesus, pois,
quanto mais se trabalha a ação com o jovem, mais nós criamos uma perspectiva de
futuro melhor para ele e para a própria sociedade. Parabéns à ALAN e ao
Joaquim. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa saudação muito afetiva ao jovem Joaquim,
extensiva a toda a sua Diretoria e a toda a sua representação. Nós temos o
entendimento, Joaquim, de que as entidades não-governamentais, especialmente na
última década, vêm ocupando um papel significativo, relevante na sociedade
civil, até porque o aparelho de Estado, no sentido lato sensu, e aí falamos dos Governos Federal, Estadual e
Municipal, essas máquinas foram-se atrofiando e é muito pouco dinheiro para a
questão social. Essa é a dura realidade do nosso País; muito discurso a favor
do social, mas, na prática, não traduz aportes financeiros.
Então,
entidades como a que o jovem lidera e como tantas outras existentes na nossa
Cidade, no nosso Estado e no nosso País, têm alavancado aquilo que é a razão
maior da existência humana, que é a solidariedade, num País magnífico,
extraordinário, mas com diferenças geométricas, do ponto de vista das questões
sociais.
Portanto,
receba da nossa Bancada, do PMDB, o estímulo; e aproveitamos para dizer que
queremos nos somar, enquanto Parlamentares desta Casa, nessas ações coletivas,
e dizer que estamos à disposição, também - não sei se essa entidade tem alguma
vinculação com a Secretaria do Trabalho e Ação Social – para uma interação, porque
entendemos que ela é muito importante para a cidadania, especialmente para os
jovens, que são a mola propulsora da nossa sociedade.
Então,
o nosso abraço e os nossos cumprimentos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Joaquim Júlio Carvalho de Proença Sigaud, Coordenador da Associação Liga de
Amparo aos Necessitados – ALAN, queria saudá-lo, com muito carinho, em nome da
Bancada do PDT, assim como as pessoas que o acompanham aqui nesta Casa hoje.
Mas,
eu quero dizer a V. S.ª que, hoje, nós temos um programa - o nosso Presidente
Luís Inácio Lula da Silva, que não é Presidente de um segmento, mas o nosso
Presidente da Nação, do nosso País – chamado Fome Zero, que vou torcer para que
dê certo. Mas, eu só vou acreditar nesse programa se o Governo canalizar esses
recursos para entidades idôneas, entidades que tenham condições de controlar
esses alimentos, para que cheguem na mesa dos necessitados. Só assim eu
acredito. Caso contrário, sinceramente, vai acontecer a mesma coisa que
aconteceu com o tíquete do leite. Todos nós somos sabedores de que o tíquete do
leite, que era um programa do Governo, que era para chegar na mesa dos mais
necessitados, mas esses eram os que menos recebiam.
Portanto,
meu caro Joaquim, eu quero saudar V. S.ª pelo seu trabalho e também a sua
equipe. E espero que esta Casa também se junte à luta de vocês. E não só esta
Casa, como outros Parlamentos, outros segmentos da sociedade, para que, juntos,
possamos fazer um trabalho justo, aliado ao belo trabalho que as entidades
fazem com seriedade. Assim, eu acredito que nós consigamos, juntos, reverter a
situação que muitas entidades estão enfrentando no dia de hoje, as quais fazem
um belo trabalho, mas que precisam de ajuda, principalmente dos órgãos
competentes.
Saúdo
V. S.ª e quero que V. S.ª transmita, em nome da Bancada do PDT, um abraço muito
fraterno a toda a sua equipe, que realiza esse trabalho belíssimo,
principalmente com as nossas crianças. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Liderança do PT comunica que a partir
da data de hoje está designada como 2.ª Vice-Líder a Ver.ª Maristela Maffei.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em
primeiro lugar a nossa saudação ao companheiro Joaquim Proença Sigaud, da ALAN,
em nome de quem saúdo todas as lideranças e representações que estão neste
momento na Casa.
Consideramos
de grande importância esse trabalho realizado com jovens, principalmente no
momento em que vivemos hoje no mundo, quando observamos para a humanidade
somente duas alternativas: ou profundas alterações no sentido de construir uma
nova sociedade, ou mergulharemos na barbárie da guerra, da exploração, da
opressão infinita, que nos indicam os últimos acontecimentos no Oriente Médio.
E
serão, certamente, os jovens que poderão construir essa alternativa de
transformação, de mudanças, enfim, construir um outro mundo possível.
E
o trabalho de vocês, certamente, contribui para que esses jovens se transformem
em cidadãos conscientes dos objetivos maiores que têm pela frente na sua vida.
Um abraço, então, e a Bancada do Partido Comunista do Brasil está à disposição
para o que puder colaborar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, caro Joaquim Proença
Sigaud, da ALAN, e através dele saúdo todos os que estão aqui hoje nesta Casa
participando desta Tribuna Popular.
Há
tempos nós já havíamos tomado conhecimento do trabalho desenvolvido pela ALAN e
nos impressionou esse trabalho pelas notícias e acompanhamentos que havíamos
feito, mesmo à distância.
Nós
nos congratulamos com a ALAN pelo sucesso desse projeto exposto hoje aqui na
Casa. E mais do que isso, quero colocar que não só a nossa Bancada, do PPS,
como certamente toda a Casa e a manifestação unânime das Lideranças de estarmos
dispostos a, sempre que necessário, firmar, reafirmar e estar juntos para que
ações como essas sejam profícuas e permanentes na cidade de Porto Alegre.
Portanto,
receba não só a nossa homenagem, mas o nosso apoio dedicado e objetivo para a
conquista das suas finalidades. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Joaquim Júlio, Ccoordenador
da Associação da Liga de Amparo aos Necessitados – ALAN -, demais integrantes
da sua comitiva aqui presentes, queremos, em nome do Partido Socialista
Brasileiro, cumprimentá-los, porque a exposição do Projeto de Responsabilidade
Social Jovens em Ação vem ao encontro das necessidades; e esperamos que esse
projeto possa se multiplicar e servir de exemplo para outros, pois hoje uma das
maiores necessidades que temos é a inclusão social, fazendo com que os jovens
possam realmente se inserir no mercado de trabalho.
Nós
somos uma sociedade muito injusta, que quer que os jovens, ao serem inseridos
no mercado de trabalho, tenham experiência, e uma pessoa acima de quarenta anos
já é considerada velha para trabalhar.
Portanto,
o que vocês estão propondo é uma ótima iniciativa. Podem contar com o Partido
Socialista Brasileiro, porque ações dessa natureza representam e muito não só
para a cidade de Porto Alegre, mas para o Estado do Rio Grande do Sul. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não havendo mais Bancadas para se
pronunciar, agradeço a presença do Sr. Joaquim Proença Sigaud, Coordenador do
Projeto de Responsabilidade Social Jovens em Ação, almejando-lhe todo o
sucesso, porque o seu sucesso é o sucesso da sociedade.
Solicito
à nossa 1.ª Secretária que acompanhe o nosso palestrante.
Passamos
às
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, só um minuto para a
despedida. Nós gostaríamos de fazer um Requerimento à Mesa. Pode ser? Os
Vereadores estão-se despedindo. (Assentimento do Sr. Presidente.)
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, nós gostaríamos de
requerer, em nome da Câmara de Vereadores inclusive, diante os acontecimentos
de ontem, o início da Guerra no Iraque, contra a vontade da maioria da
população mundial, que quer a paz e a solução pacífica para os conflitos entre
os países, um minuto de silêncio, de consternação, de pesar pelo início da
guerra ontem declarada pelo Presidente George W. Bush. Gostaríamos também, de
convidar todos os Srs. Vereadores para que, juntos, possamos, aqui, abrir uma
faixa pela paz, em nome da Câmara de Vereadores, para que fique clara a posição
da Casa frente à população porto-alegrense.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Marcelo Danéris, como Requerimento,
deveria colocá-lo à apreciação do Plenário, mas o Plenário já está dizendo a V.
Ex.ª que a paz é o que todos nós desejamos. Está deferido o Requerimento de V.
Ex.ª.
(Os
Srs. Vereadores reúnem-se para expor a faixa com a palavra “PAZ”.)
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O tempo foi
permutado; o Ver. Reginaldo Pujol falará depois. O Ver. Aldacir Oliboni está
com a palavra em Comunicações por permuta de tempo com o Ver. Renato Guimarães.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, que gesto lindo, não é mesmo? Vereadores, Poder
Público lutando pela paz, coisa de que não se ouve falar, por exemplo, nos
Estados Unidos ou até mesmo por Bush e Saddam. Sabemos hoje que, num gesto
anti-humano, vamos dizer assim, essas duas grandes potências do mundo acabam se
confrontando e deixando milhares e milhares de pessoas no confronto esperando a
luta e a morte. É solidário e de extrema importância que todos nós,
brasileiros, apoiemos a idéia da paz, como fez o nosso Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Eu
venho à tribuna também para falar sobre a nossa pista de eventos, que será
construída no Bairro Porto Seco e que a CEFOR procurou pautar na última reunião
aqui na Câmara de Vereadores. Havia algumas intervenções após o carnaval,
podemos até dizer deslocadas, quando criticavam que o Poder Público não
viabilizava a solução para os carnavalescos de Porto Alegre. Nós percebemos, na
reunião da CEFOR, nesta semana, que tanto o Poder Público quanto a comunidade
daquele Bairro e a Associação dos Carnavalescos estão apoiando esse
empreendimento, tanto é verdade que, conforme o Secretário Municipal de
Planejamento, Carlos Eduardo Vieira, a construção da pista de eventos é um
projeto prioritário do Executivo. Pretende-se realizar o carnaval naquele local
já no próximo ano. O Secretário explicou que a Prefeitura contratou uma
arquiteta, a Sr.ª Néia Uzon, para
coordenar o projeto, bem como as discussões com a comunidade a respeito daquela
obra. O Secretário informou que a empresa vencedora da licitação foi a Beck de
Souza Engenharia Ltda., que já foi contratada. Vieira lembrou que a pista
estava sendo cogitada para o Bairro Humaitá, mas a comunidade resistiu. Fizemos
ampla discussão com a comunidade, carnavalescos, Executivo e a Comissão
Especial criada pela Câmara de Vereadores. Foi aprovada então a realização
dessa pista no Porto Seco. Salientamos ainda que a empresa Beck de Souza
Engenharia, que ganhou a licitação para a execução do projeto, estará não só
consultando a comunidade, mas também virá a esta Casa conversar com os
Vereadores para colher sugestões para a realização do final do projeto.
Queremos
lembrar também que a CEFOR vai oportunizar, na próxima terça-feira, uma visita
ao local, para a qual todos os Vereadores estão convidados, principalmente
aqueles que estão envolvidos com as escolas de samba, como é o caso do Ver.
Reginaldo Pujol, do Ver. Dr. Goulart e de outros Vereadores. É o momento
oportuno para todos aqueles que queiram não só opinar, mas também conversar com
essa empresa que está sendo contratada para a realização do projeto. Todos
poderão dar a sua opinião e, posteriormente a isso, será elaborado o projeto, que
voltará a esta Casa para ter aprovado o seu aporte financeiro ou o valor que
será destinado para a construção da pista de eventos do Porto Seco. Tenho a
certeza de que a CEFOR oportunizou mais uma vez a discussão nesta Casa e
levará, na próxima terça-feira, às 15h, não só os Vereadores, mas aqueles que
dispõem de um tempo conveniente para visitá-la. Toda a imprensa será convidada,
como também a comunidade de uma forma geral, que está muito satisfeita, visto
que aquele local, uma vez construída a pista de eventos, vai oportunizar a que
“n” entidades ali se instalem - a Brigada Militar, o Conselho Tutelar -, enfim,
“n” reivindicações da comunidade se poderão agregar a esse projeto, pois
estarão sendo contempladas, tenho a certeza. Por isso a CEFOR achou de extrema
importância pautar esse assunto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, agradeço aos Vereadores Renato Guimarães e Aldacir Oliboni por
concordarem em inverter a ordem de presença na tribuna, permitindo-nos concluir
um assunto de ordem administrativa, da Comissão de Constituição e Justiça, que
vimos tratando, ensejando que pudéssemos ter em mãos alguns documentos. Nós nos
sentimos, na condição de Líder do Partido da Frente Liberal, no dever de trazer
ao conhecimento da Casa algumas informações, especialmente porque são sobre
temas que fizeram parte do noticiário nacional, de forma muito ampla, durante o
ano de 2002.
Toda
a imprensa brasileira, com maior ou menor destaque, revela que a 2.ª Seção do
Tribunal Regional Federal da 1.ª Região decidiu, no dia de ontem, que devem ser
liberados os documentos e R$ 1,34 milhão apreendidos na Lunus Serviços e
Participações, empresa de propriedade da Senadora e ex-Governadora do Maranhão
Roseana Sarney, do PFL. Por quatro votos a dois, os Desembargadores entenderam
que não há indícios de que a Lunus se tenha beneficiado de recursos da extinta
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – a SUDAM -, acusação que
sustentou a operação da Polícia Federal de busca e apreensão da documentação e
do dinheiro, no ano passado. Essa operação e a exibição de fotos do dinheiro
apreendido levaram a então pré-candidata à Presidência da República, Roseana
Sarney, a desistir, no ano passado, de disputar a eleição. A exibição na
televisão e a publicação de fotos do dinheiro em jornais tiveram forte impacto
e inviabilizaram, politicamente, a candidatura de Roseana.
Segundo
Antônio de Almeida Castro, advogado da Lunus, hoje devem ser liberados os
documentos para a Lunus, em poder da Justiça de Tocantins, e o dinheiro, que
está em uma agência da Caixa Econômica Federal. Com a decisão, o Tribunal
Regional Federal concluiu que a operação da Polícia Federal foi
inconstitucional, ilegal e arbitrária, como declarou ontem Almeida Castro.
Logo
após a ação da Polícia Federal, o então Presidente do Tribunal Regional
Federal, Fernando Tourinho Neto, concedeu liminar a Almeida Castro proibindo a
abertura das caixas de documentos da Lunus. A decisão foi tomada em 2 de março,
um dia depois da operação da Polícia Federal, por determinação do Ministério
Publico. Mas horas antes integrantes do Ministério Público, da Polícia Federal
e da Receita Federal já estavam examinando os papéis da empresa. Abertura que
foi um descumprimento formal e frontal da liminar do Presidente do Tribunal
Regional Federal Tourinho Neto.
Faço
este registro, Sr. Presidente, porque nós denunciamos na ocasião tratar-se de
uma grande armação destinada a desestabilização de uma candidatura em favor de
outras. Infelizmente, como havíamos previsto na ocasião, tratou-se de “um tiro
no pé” de uma frustrada manobra que, longe de atingir os objetivos eleitorais que
pretendeu atingir, Ver.ª Margarete Moraes, ocasionou e fortaleceu aquela
candidatura que se pretendia evitar através desse tipo de manobra. Não há
dúvida nenhuma que esse fato ao final contribuiu fortemente para a decisão do
pleito da Presidência da República, e eu tenho informações mais do que seguras,
porque públicas, de que grande parte dos eleitores que haviam se solidarizado
com o movimento em favor de Roseana acabaram migrando e apoiando, pública e
expressamente, a candidatura do hoje Presidente da República Luís Inácio Lula
da Silva.
Por
isso, Sr. Presidente, como esses fatos são mazelas na vida pública brasileira,
como esses fatos possibilitam verdadeiras deformações do processo eleitoral, eu
entendi de fazer o registro. Certo de que não adianta “chorar o leite
derramado”. Os fatos já ocorreram, as conseqüências estão aí, Ver. Elói
Guimarães, mas isso não pode mais transitar livremente neste País, sob pena de
nós termos uma deformação no processo político de tal ordem que a vontade
popular acabe sendo viciada. Longe de mim impugnar a vitória de quem afinal se
fez vitorioso de forma maciça, com grande expressão eleitoral e com a maciça e
larga vantagem eleitoral. Mas eu não ficaria bem, se, nesta hora, eu não
fizesse este registro, até porque a justiça - como diz o velho adágio – “tarda,
mas não falha”. Aí está a realidade descrita e decidida por quem cabia decidir.
Erra isso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, senhores, senhoras que nos acompanham nas galerias e também os que
nos acompanham pela TV Câmara, quero saudar todos; primeiramente, quero
agradecer ao Ver. Sebastião Melo por ter me concedido o seu tempo. Mas, hoje,
não só este Parlamento, mas os parlamentos do mundo inteiro deveriam se
manifestar a respeito da guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. Há pouco,
nesta Casa, foi feita uma foto com todos os Vereadores, com uma faixa pedindo a
paz, e cada um levando no peito um símbolo pela paz. Mas, ontem, à noite,
quando o mundo assistiu ao pronunciamento do Presidente dos Estados Unidos,
George Bush, e nós, que somos cristãos, que somos mortais, e temos a crença da
existência de um ser superior... Todas as religiões, com todo o respeito, cada
um com a sua crença, acredito que temos um ser superior que é nosso protetor,
nosso Deus.
Nós
estamos aqui, neste planeta Terra, de passagem. Os minutos passam, as horas
passam, os dias passam e cada vez mais vamo-nos aproximando da morte. A vida é
assim! A nossa passagem aqui na Terra é muito curta.
Ontem a noite, quando eu
vi na televisão, o mundo inteiro assistiu, também, na TV, o Presidente de uma
das maiores potências do mundo, George Bush, sendo preparado, com retoques nos
cabelos, para dar a notícia sobre a guerra, o mundo inteiro assistiu
estarrecido a preparação do visual do Presidente de uma grande nação como os
Estados Unidos, dizendo que iria iniciar o ataque a outro país, como se em
outro país não existissem seres humanos, nem vidas humanas, nem homens, nem
mulheres, nem crianças. E lá estava o Presidente dos Estados Unidos George Bush
comunicando à nação que a guerra tinha iniciado.
Acho
que o mundo inteiro, no dia de hoje, todas as nações e seus parlamentos devem
se voltar a esse acontecimento. Milhares de vítimas, milhares de crianças
inocentes vão sofrer com esta guerra.
A
ONU fez a sua parte! A ONU fez seu apelo a diversos países do mundo para que os
Estados Unidos não atacassem o Iraque. Pronunciamentos dramáticos do Papa, por
diversas vezes, implorando e pedindo para que os Estados Unidos, para que o seu
Presidente repensasse o ataque ao Iraque; mas a arrogância, o poder desse
capitalismo feroz não teve sensibilidade. O mundo vai pagar por isso!
Encerro,
Sr. Presidente, dizendo que nós, brasileiros, não vamos estar fora disso e
lamentamos profundamente.
O
mundo lamenta com muita tristeza, pois essa guerra poderia ser evitada e esse
povo nada tem a ver com a arrogância desses homens que pensam que sabem muito
e, na verdade, não sabem nada. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, a guerra é pauta inquestionável no planeta, até porque, se não
fosse pauta, se daria indiferença a um acontecimento que envolve, por assim
dizer, a humanidade, direta ou indiretamente.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, olhem o destino do povo iraquiano: um ditador
interno e um ditador externo; uma agressão interna e uma agressão externa. Esse
é todo o quadro de um povo que sofre. Oxalá termine amanhã! Ele sofre todos os
impactos cruéis da ação dos Estados Unidos, do Presidente dos Estados Unidos.
Eu não diria do povo americano, porque é bom que se diga: as manifestações
estão sendo mostradas ao mundo, os cidadãos americanos contrários à guerra. O
mundo é contra a guerra, todavia, o Governo, o Presidente americano faz a
guerra.
As
conseqüências, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serão devastadoras. Que bom
que não fosse assim! Mas são devastadoras nos diferentes campos, Ver. Renato
Guimarães, inclusive de uma instituição que é muito cara à humanidade, que é a
ONU. Quando se deu o primeiro tiro ontem, na madrugada no Oriente e na noite do
Ocidente, acabou-se com a ONU, Ver. Ervino Besson. Uma construção que foi feita
ao longo do amadurecimento dos povos no sentido de instituir-se um órgão supra,
acima dos países, que se transformasse num tribunal internacional, exatamente
para decidir sobre os interesses gerais das nações e dos países. Pois bem, esta
instituição, tão cara ao longo de décadas, terminou ontem. Eu até imaginava,
Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, que hoje renunciariam todos, o
Presidente e demais integrantes da ONU, porque ela efetivamente, temos de
registrar, perdeu o significado, perdeu, não tem mais sentido, pois a ONU não
autorizou o ataque sobre o Iraque, e o ataque foi feito. Que força tem a ONU?
Infelizmente, não tem. Ela poderá punir o agressor, os Estados Unidos? Como, de
que jeito, de que forma? Pois ela não conseguiu que a sua decisão fosse respeitada.
Então, uma conseqüência trágica para o destino da humanidade foi exatamente a
extinção da ONU, do ponto de vista da sua ação, do ponto de vista da sua
decisão, a ONU não teve força para evitar o conflito.
Ora,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quem assistiu ontem às imagens do Presidente
dos Estados Unidos sendo penteado por uma cabeleireira, a impressão que tive
foi de que estava assistindo a Nero. Essa foi a minha impressão: estou na
frente de Nero, aquele que incendiou Roma, tal o seu deslumbre, a sua maneira
de ser. A grande verdade é que estamos diante de loucos. Não é possível que uma
potência como os Estados Unidos possam ter à frente da nação um homem de
tamanha irresponsabilidade, que vai penalizar e matar crianças, mulheres,
população civil. Srs. Presidente e Srs. Vereadores, será que isso não foi
avaliado? Acredito que tenha sido avaliado, mas, em se tratando de um louco,
não se espera nada senão essa ação. Encerro, Sr. Presidente, e agradeço pela
oportunidade.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton de Araújo está com a
palavra em Comunicações. Desiste. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra por
cedência de tempo do Ver. Zé Valdir em Comunicações. Ausente. O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra por permuta de tempo com o Ver. Aldacir Oliboni em
Comunicações.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, acredito que, além do ato que fizemos no dia de
hoje em menção à paz, além da participação efetiva que estamos tendo no Comitê
Estadual pela Paz e contra a Guerra, o foco do debate que temos de estabelecer
nesta Casa no dia de hoje, o foco das atenções da sociedade tem de estar
voltado para isso que eu também registro aqui como um atentado aos direitos
humanos, uma atentado à diplomacia internacional, um atentado à soberania dos
povos. Sigo a mesma linha de argumentação do Ver. Elói Guimarães. O bombardeio
que começou no início da manhã em Bagdá, Iraque, não foi simbolicamente contra
Saddam Hussein, foi, sim, um míssil disparado contra a diplomacia, contra a
capacidade de diálogo e de construção da paz da ONU. Hoje se começou um
terrível ataque, sim, à ONU, à diplomacia, à relação, ao respeito e à soberania
dos povos no mundo inteiro. É este o debate que nós temos de destacar nesta
Casa, Ver. Ervino Besson. Por que é que eu digo isso? Porque crianças,
famílias, mulheres sofrerão no Iraque, em Bagdá, com toda a certeza. Agora, o
que começa hoje, com esse atentado contra a soberania do povo iraquiano, não é
algo que pára aí. Todos nós acompanhamos, Ver.ª Margarete Moraes, uma ladainha
daquele que quer ser o comandante do mundo, do “Império do Norte”, sobre o
pavor do terrorismo. E eu pergunto: o que é que começou a ser feito hoje, Ver.
Isaac Ainhorn, com o ataque à diplomacia e às relações internacionais que a ONU
vinha construindo? Um ataque terrorista contra a democracia no mundo. Nós
protocolamos hoje, Ver. João Dib, um Requerimento pedindo repúdio ao governo
norte-americano, por desrespeitar a ONU, desrespeitar as relações
internacionais, desrespeitar a soberanias dos povos.
O
que os Estados Unidos estão fazendo hoje com o Iraque já fizeram no passado com
o Chile, já fizeram no passado com o Brasil. Esta é a postura de quem quer
mandar no mundo, de quem considera os outros países quintal da sua casa, quando
bota nos seus livros de história e geografia que a Amazônia é um território
internacional, de interesse dos norte-americanos. A postura novamente guerreira
do governo norte-americano mostra a todos nós que temos de fortalecer, sim, uma
coalizão internacional, no sentido de que os povos sejam respeitados, e não que
a postura arrogante, autoritária e terrorista do Presidente dos Estados Unidos
seja seguida. Por isso nós protocolamos esse pedido de Requerimento, para que todos
os Vereadores, juntos, votem um repúdio à postura do governo, à postura do
Bush. Como disse o Ver. Elói Guimarães, começou o bombardeio repetindo o ato
terrorista de 11 de setembro, onde as torres gêmeas foram bombardeadas. Nesta
madrugada a torre da ONU, em Nova Iorque, foi bombardeada pelos Estados Unidos,
e isso tem de ser registrado aqui. O grande fato desta guerra é o míssil que o
Governo dos Estados Unidos jogou, Ver. Paulinho Ruben Berta, contra a torre da
ONU, desrespeitando a soberania dos povos, a democracia e a construção da
diplomacia que a ONU vinha fazendo nesses anos todos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Presidente americano, Presidente dos Estados Unidos, argumenta que a
intervenção militar no Iraque é para propiciar a libertação do povo. Esta
pretensão civilizatória dos poderosos, de se arvorarem em defensores de
princípios nobres, altruístas e progressistas, e querer impô-la à dita
civilização não é nova na história da humanidade. Se olharmos ao longo da
História, o Império Romano já fazia isso quando classificava todos os povos
fora das fronteiras como povos bárbaros e fazia a guerra para levar a
civilização e a chamada pax romana. Os
próprios árabes, entre o século VI e o século VIII, depois de Cristo,
instituíram a chamada Guerra Santa e pretenderam atacar a cristandade pelo
Oriente e pelo Ocidente, em forma de ferradura. Não conseguiram passar
Constantinopla, e no século VIII foram detidos na fronteira da Espanha com a
França. Era a Guerra Santa para levar a verdade de Alá. Na segunda fase da
Idade Média, a Igreja Cristã reedita a Guerra Santa nas oito Cruzadas,
inclusive com uma Cruzada de crianças, que não deu em nada, a não ser na
projeção das cidades comerciais italianas Gênova, Veneza e Milão, e instaura o
Tribunal do Santo Ofício, também com a pretensão de salvar as almas nesse
Tribunal do Santo Ofício ou da Santa Inquisição, que foi ressuscitado,
restaurado em pleno século XVI. Também a chamada Igreja Cristã se associou ao
colonialismo português e espanhol para fazer a catequização dos índios; levar a
boa nova do Evangelho, catequizar e civilizar os índios americanos. Depois, nós
chegamos na Idade Contemporânea, e ao que nós assistimos? A Europa, fazendo um
novo colonialismo, querendo levar a civilização para o continente africano e o
continente asiático. E os Estados Unidos se arvoram, no início do século XIX,
em “protetores da América”, com a chamada Doutrina Monroe, em que o Presidente
Monroe, dos Estados Unidos, decreta que eles são “os grandes protetores da
América”, a América para os americanos. Uma doutrina muito bonita, mas que
logo, logo, mostraria a sua verdadeira face, o seu verdadeiro objetivo, porque,
no início do século passado, com o Presidente Theodore Roosevelt, nós vimos no
que essa doutrina se transformou. Ela realmente mostrou a sua verdadeira face
com a chamada doutrina do big stick, em
que o Presidente defendia, então sem meias palavras... Porque para negociar com
os países da América Latina tinha que ser através da negociação, através da
diplomacia, mas, escondido, levava um grande cacete, um big stick, para impor a sua vontade aos latino-americanos.
Depois
nós vimos a Guerra do Vietnã, nós vimos a guerra fria, e hoje estamos vendo, de
novo, a guerra fria contra o comunismo. Os Estados Unidos, principalmente, eram
o grande defensor da democracia e tinham de intervir nos países para evitar o
perigo do comunismo. E, hoje, o mesmo argumento, só que hoje é contra o
terrorismo, na verdade camuflando o verdadeiro objetivo, o objetivo claramente
imperialista dos Estados Unidos. Hoje, muito mais grave, porque a paz está
ameaçada, pois, como não temos mais guerra fria, a paz fica ameaçada, porque
não temos mais um equilíbrio no mundo, como tínhamos no tempo da guerra fria,
quando pelo menos tínhamos dois blocos. Hoje o grande perigo são os Estados
Unidos superarmados, que têm todas as armas, que têm todos os tipos de armas de
destruição em massa, desde as armas químicas e atômicas, que eles alegam que os
outros países não podem ter, e hoje se arvoram em “donos do mundo”.
A
grande ameaça à paz mundial, hoje, se chama “superpotência Estados Unidos” e o
mais grave desse episódio todo é que a ONU sai extremamente enfraquecida, como
saiu a Liga das Nações, quando não conseguiu evitar a 2.ª Guerra Mundial. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra
em Comunicações. Ausente. Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
0539/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 011/03, de autoria do Ver. Fernando
Záchia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao
Senhor Dante D’Angelo.
PROC.
1064/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/03, de autoria dos Ver.os Almerindo Filho e Reginaldo Pujol, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Flávio
Romeu D’Almeida Reis.
PROC.
1067/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/03, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
denomina Praça Affonso Silveiro, um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Tristeza.
2ª SESSÃO
PROC.
0831/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 014/03, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que altera a Lei n.º 8.423, de 28 de dezembro de
1999, que institui, na rede municipal de ensino público de 1.º e 2.º graus e
demais níveis de ensino, o conteúdo “Educação Anti-racista e
Antidiscriminatória”.
PROC.
0855/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/03, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
estabelece a obrigatoriedade da Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) ou
teste da orelhinha em recém-nascidos, nos hospitais e maternidades do Município
de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.
PROC.
0921/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
denomina Rua Diamantina de Bittencourt Oliveira um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Nonoai.
PROC.
0926/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/03, que declara de utilidade pública
municipal o Instituto do Excepcional, com sede na Rua Francisco Braga, 250,
nesta Capital.
PROC.
0934/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/03, que autoriza o Poder Executivo Municipal
a contratar financiamento com a Caixa Econômica Federal - CAIXA, a oferecer
garantias e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
2159/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Laci Osório um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.
PROC.
0775/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Dr. Luiz
Goulart Filho a Sala da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos
(CEDECONDH) da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
0818/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/03, que dá nova redação ao art. 2.º da Lei
n.º 8.363, de 21 de outubro de 1999. (desafetação e permuta)
PROC.
0819/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/03, que altera a redação da ementa e do caput
do art. 1.º da Lei n.º 6.675, de 21 de setembro de 1990. (denominação de
logradouro)
PROC.
0867/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Largo Elcir
Silveira o espaço que compreende a lateral e o estacionamento junto à garagem
da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
0936/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/03, que autoriza a alienação de imóvel sito
na Rua General Gomes Carneiro n.º 947, esq. Rua Catumbi, matrícula n.º 62.781
do Registro de Imóveis da 2.ª Zona de
Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
0938/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/03, que autoriza a alienação de imóvel sito
na Travessa Missões n.º 30, Bairro Santa Tereza, matrícula n.º 109.518 do
Registro de Imóveis da 2.ª Zona de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
0941/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/03, que autoriza a alienação de imóvel sito
na Rua Alberto Viana Rosa, Lote n.º 11, da Quadra 6, matrícula n.º 67.389 do
Registro de Imóveis da 3.ª Zona de Porto Alegre, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, vou voltar a falar sobre o Projeto que apresentei nesta Casa e que está em 2.ª
Sessão, que estabelece a obrigatoriedade da Triagem Auditiva Neonatal
Universal, chamado “TANU”, o “teste da orelhinha” em recém-nascidos, nos
hospitais, postos de saúde e maternidades do Município de Porto Alegre.
Hoje,
estive conversando com o nobre Ver. Adeli Sell, atual Secretário da SMIC, sobre
a importância que tem esse Projeto, visto que inúmeros profissionais da área já
estavam discutindo com o nobre Vereador para poder implementá-lo no Município
de Porto Alegre. Nós achamos de suma importância que essas pessoas, seja o
grupo que estava discutindo com o Ver. Adeli Sell, seja a Sr.ª Nora Helena, a
Sr.ª Amália Moura, Maria Elisa e suas colegas, estejam, já, também, propiciando
uma discussão, em nível estadual, para implementação deste Projeto.
Queremos
lembrar que: (Lê.) “No Brasil, algumas maternidades já realizam a triagem
auditiva neonatal com as emissões otoacústicas, fazendo parte da rotina
hospitalar pela facilidade que os convênios e o SUS propiciam à realização do
exame. Em algumas cidades do País, como Rio de Janeiro, Jaú (SP), Campinas,
Porto Velho e Brasília, essa rotina já se tornou Lei Municipal, tornando
obrigatória a realização de emissões otoacústicas - ou o “teste da orelhinha” -
em recém-nascidos. Dessa maneira, a identificação e o diagnóstico das perdas
auditivas estão sendo constatados cada vez mais cedo.” Por isso se justifica a
triagem auditiva.
Queremos
lembrar novamente que, no chamado “teste do pezinho”, em cada dez mil crianças,
é constatada uma com o problema e, em cada 10 mil crianças, é constatada a
doença fazendo o “teste da orelhinha”, doença essa que podemos chamar de
“problema de audição”.
(Lê.)
“O objetivo dessa proposição apresentada é realizar triagem auditiva em todas
as crianças recém-nascidas neste Município, procurando detectar uma possível
deficiência auditiva no nascimento. Dessa forma, serão realizadas emissões
otoacústicas por produto de distorção em todas as crianças pertencentes ao
grupo de risco. Assim, poder-se-á constatar com antecedência qualquer alteração
auditiva.
A
aquisição e desenvolvimento da fala e linguagem estão diretamente ligados à
audição. Estudos comprovam que a detecção de alterações auditivas e a
intervenção iniciada até os seis meses de idade garantem à criança o
desenvolvimento da compreensão e da expressão da linguagem, bem como o seu
desenvolvimento social, comparável ao das crianças normais da mesma faixa
etária.
Atualmente,
em algumas maternidades do nosso Município, já está sendo efetuado o chamado
‘teste da orelhinha’, que, acompanhado do ‘teste do pezinho’, detecta e evita
muitas doenças que podem impedir o desenvolvimento natural do recém-nascido.”
Portanto,
é importante que algumas entidades, alguns órgãos municipais e até mesmo
hospitais que poderão ser conveniados com o SUS já estejam dando uma enorme
importância para este exame. Sabemos que em inúmeros Estados e em inúmeros
Municípios isso já está acontecendo.
E
eu tenho certeza de que vamos não só atender a um pedido desses profissionais
que atuam na área, mas, principalmente, daqueles que ainda não têm acesso a
este exame, principalmente os que utilizam o atendimento pelo SUS. E, por isso,
com este Projeto, queremos estender esse exame aos postos do Município e aos hospitais
conveniados pelo SUS. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.ª Margarete Moraes está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ocupo neste momento a tribuna, na discussão da
Pauta do dia para, na condição de educadora, me manifestar acerca de um
Projeto, de uma idéia do Ver. Renato Guimarães, que coloca nos conteúdos
públicos da rede municipal de ensino a luta antidiscriminatória e a luta
anti-racista. E, agora, ele coloca também o direito das pessoas à liberdade de
opção de escolha sexual.
Eu
quero dizer que é muito importante essa idéia, no que tange à educação das
nossas crianças, porque é quase incompreensível para qualquer brasileiro - e o
Brasil é um País que tem uma natureza e uma origem, Ver. Isaac Ainhorn,
multirracial, multicultural - que os afro-descendentes do nosso País tenham
sido levados, por um sistema econômico, à pobreza e à marginalidade.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Ver.ª Margarete Moraes, eu queria-me congratular com V. Ex.ª pela
manifestação de apoio à proposta do Ver. Renato Guimarães - sobretudo V. Ex.ª,
cuja origem é o trabalho de educação, de referir a importância do estudo dos
problemas da contemporaneidade - e aduzir mais uma questão fundamental dentro
dessa avaliação dos conteúdos. Porque, nem na universidade... Nós começamos lá
na História Antiga e dificilmente chegamos às questões contemporâneas. E uma
das questões que eu penso que envolve uma questão de discriminação e de
educação fundamental é a questão do papel da 2.ª Guerra e da tragédia que foi a
2.ª Guerra, o nazi-facismo e o que representou o Holocausto. Refiro-me a essa
questão, porque ontem, Ver.ª Margarete Moraes, em função de uma manifestação
minha sobre o Holocausto, eu recebi, tristemente, de um cidadão, um e-mail que dizia o seguinte: “Se Hitler
tivesse feito o serviço completo, hoje não estaríamos com mais uma guerra suja,
onde por trás sempre estão os judeus.” Infelizmente, assistimos, ainda,
manifestações de conteúdo profundamente racista. O nosso apoio a V. Ex.ª.
A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada. Manifestações que ainda
existem, que são históricas e que têm uma causa. Além da questão judaica, eu
gostaria de referir que a população indígena, até hoje, nos nossos dias, está
quase que dizimada no nosso País. É preciso educar para uma sociedade de
pessoas que tenham direito à igualdade e onde se respeitem as diferenças. E é
preciso educar também para a resolução não-violenta dos problemas, como
exatamente ocorre hoje nessa barbárie, que é esse covarde ataque ao Iraque nos
nossos dias.
Gostaria
de aproveitar este momento, Ver. Raul Carrion, para parabenizá-lo pela proposta
da colocação do nome do nosso talentoso poeta Laci Osório em um logradouro
público da nossa Cidade. Além de um talentoso poeta, que contribuiu muito no
mundo das letras e das artes, Laci Osório foi uma pessoa, um sujeito com
grandes preocupações sociais, sempre atento às questões do tempo presente e
sempre sonhando - e isso ele expressou também nos versos - com uma sociedade
humana, fraterna, onde haja justiça social e onde, sobretudo, haja paz neste
mundo. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, penso que é importante registrar aqui o debate que
se faz deste Projeto de nossa autoria, que ementa um Projeto, uma Lei nossa, já
aprovada nesta Casa, que institui na rede de ensino municipal - e faça-se a
distinção: não institui, Ver. Pedro Américo Leal, uma outra disciplina, não muda
a estrutura do ensino do Município em nada; institui, na realidade, um tema
transversal, que trata da questão das ações afirmativas do Estado e da
sociedade contra o racismo, contra a discriminação.
O
que fazemos aqui é abrir o leque desse debate também no que tange à questão das
discriminações em relação à orientação sexual, às opções sexuais. Estamos
trazendo para dentro do debate dessa Lei que, como tema transversal, temos de
tratar do conjunto das discriminações. Nós estamos trazendo para cá a temática
do conjunto das discriminações.
Eu
gostaria de estender um convite, porque, na tarde do dia de amanhã, estaremos
realizando uma conversa com representações da sociedade aqui na Câmara para
tratar desse Projeto, tratar do que chamamos de diversidade, do respeito às
diversidades, do ser humano se respeitar, do homem respeitar o homem, do homem
respeitar a mulher, da mulher respeitar o homem, de nós respeitarmos as
crianças, de nós respeitarmos os negros, do respeito que temos de ter como
humanos e pela construção de uma humanidade de fato solidária, que possa
excluir qualquer tipo de discriminação.
Amanhã,
durante a tarde, Ver.ª Margarete Moraes, estaremos realizando esse debate sobre
o nosso Projeto, com o foco na questão de tratar do conjunto das diversidades,
a questão de gênero, a questão de raça, etnias; a questão do índio, pois vamos
estar trazendo um palestrante sobre a questão; a questão da livre opção sexual,
que também terá um palestrante desse segmento; a questão da discriminação
racial, com uma representação, para que possamos, com mais esse ato, puxar à
tona na sociedade o debate a respeito da questão de cada vez mais o mundo que a
gente quer, o outro mundo que a gente quer, onde, acima de tudo, o respeito à
pessoa é o que vale.
Fizeram
contato com o nosso gabinete representações comunitárias a respeito do PLE n.º
009/03, que autoriza financiamento com a Caixa Econômica Federal para obras na
área de habitação e saneamento básico, que eu citei desta tribuna. Várias
pessoas solicitaram informações sobre o Projeto. E nós informamos que esse
Projeto estaria na Pauta destas três Sessões sendo debatido e, com certeza, os
trinta e três Vereadores, na representação do nosso Presidente, estariam dando
urgência, apressando de fato a constituição dessa ação positiva do Município,
no sentido de contratar o financiamento. São 65 milhões para obras de
saneamento e de habitação em inúmeras vilas de Porto Alegre; obras de drenagem.
Citaria aqui a Rua Frei Germano, a Rua João Paris; reformas em casas de bombas;
obras na área de habitação. Dou o exemplo de uma, por exemplo, a Vila Zero
Hora, Ver. Pedro Américo Leal, um antigo problema habitacional, e, pelo
financiamento desse recurso, está sendo encaminhada a solução da Vila Zero Hora
e de outras vilas também. Então, eu disse que faria isso aqui da tribuna, este
apelo, este pedido ao conjunto dos Vereadores para que possamos dar urgência a
este Projeto, porque ele envolve, Ver.ª Margarete Moraes, dezenas de milhares
de cidadãos de Porto Alegre, que terão suas necessidades atendidas, Ver. Pedro
Américo Leal. Portanto, deixo aqui o registro para que se apresse a discussão e
a votação deste Projeto, porque a cidade de Porto Alegre está ganhando. Quem
sabe na Semana de Porto Alegre, que começa agora em breve, nós possamos dar,
como Câmara de Vereadores, mais este presente à cidade de Porto Alegre,
apressando a votação deste Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
dar continuidade à discussão do Projeto do Ver. Renato Guimarães, que altera
uma lei já existente e que inclui na discussão do currículo das escolas um
conteúdo da questão da orientação sexual. Ontem já coloquei aqui - e vou
repetir - que a minha divergência é sobre o espaço, o canal onde temos que
operar esse debate. Acho que não é através de lei que se altera o currículo;
tenho essa convicção e essa é a minha divergência com o Projeto. Continuando o que
comentei ontem: não tenho absolutamente nenhuma contrariedade com que esse tema
seja abordado dentro das escolas. Aliás, acho que é nas escolas onde há a maior
oportunidade e necessidade, porque com todos os problemas que possa haver no
nosso sistema de ensino, principalmente na escola pública, ali é um espaço onde
podemos tratar essas questões com maior seriedade ou, pelo menos, com maior
responsabilidade, científica até.
Com
isso polemizo, certamente, com os conservadores, porque eles acham tudo nocivo,
feio e que a escola não pode ser um espaço onde se exerça a criticidade ou onde
se dialogue com a contemporaneidade, com o momento que estamos vivendo, como se
a escola tivesse que ser um local para se praticar apenas a doutrina. Os que
pensam assim não querem que se debatam os temas mais candentes, os temas mais
atuais, não querem que se tenha liberdade de discutir dentro das escolas; são
os que criticam a ideologização da escola. Eu pergunto: e se a escola fechar os
olhos para a realidade, fechar os olhos para essa questão, por exemplo; fechar
os olhos para a discriminação e não debater essas questões? Seria como se a
escola estivesse fadada a repetir um catecismo conservador, ultrapassado, de
uma série de regras que não se praticam mais na sociedade. Isso não é
ideologia. E aí vêm as contradições que eu comentava dos conservadores e da
direita, que, ao mesmo tempo que pregam que a escola tem de ser uma espécie de
templo onde determinadas questões são proibidas de serem abordadas, ficam
calados, não dizem nada para a Rede Globo, para as TVs que estão aí com
programas culturais que são verdadeiros lixos culturais, como é o caso do Big Brother, como eu citava ontem.
Talvez até seja um daqueles que ficam ao redor da televisão ovacionando esses
programas, participando desses programas e se imbuindo daquela ideologia que
passa através desses programas. Porque o Big
Brother, por exemplo, é uma afronta à inteligência. Chegam ao ponto,
naquele programa, de fazer um elogio à bestialidade, porque as pessoas eliminam
umas às outras, e chamam a sociedade a votar e a “detonar” umas às outras, a
competir da forma mais selvagem e ainda dizem assim: “Estamos eliminando o
sujeito porque ele é melhor do que eu. Ele é bom, então ele tem que ser
eliminado porque, lá na frente, ele vai me complicar e competir comigo.” É um
elogio à ignorância. Esses programas são um elogio à ignorância, onde a
ignorância deve-se sobrepor à capacidade, os mais capazes devem ser eliminados,
porque os mais capazes são nocivos para a sociedade. É um vale-tudo naquele
programa. E eu não vejo os arautos do conservadorismo, que defendem a família,
a tradição, a propriedade e os bons costumes virem aqui neste microfone fazer
uma crítica àquele programa. Certamente, se eu tivesse a concepção conservadora
deles, eu ia dizer que é um programa subversivo à família e aos bons costumes.
Não vejo o Ver. João Carlos Nedel, por exemplo, vir a este microfone criticar o
Big Brother. Agora, ele não quer que
se faça, dentro das escolas, a discussão sobre livre orientação sexual.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)
O
Ver. João Carlos Nedel, antes, colocou isso aqui.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)
Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir a Pauta. Ausente. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para
discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, no último fim de semana tivemos a honra de
receber uma distinção do nosso amigo Lupicínio Rodrigues Filho, ele criou o
Troféu Se Acaso Você Chegasse e nos convidou para sermos o primeiro Parlamentar
para receber essa distinção. É um troféu muito bonito onde está gravado Esses
Moços, do Lupicínio Rodrigues, e consta: “Esses moços, pobres moços”, Coronel
Pedro Américo Leal, “ah, se soubessem o que eu sei.”
A
nossa amiga, a dama da noite, Lourdes Rodrigues, cantou, fez uma homenagem
muito bonita, junto com Alexandre Rodrigues, que é um dos maiores compositores
que temos da noite; poucos o conhecem, mas há uma música que diz: “Nega Ângela”
- a qual todos conhecem, mas poucos sabem que essa música é de um autor gaúcho
da nossa noite.
O
Lupinho está sempre com a casa cheia, afinal de contas é uma casa temática,
talvez a maior casa temática do Rio Grande do Sul, e o que nós achamos bastante
interessante, não só pela casa estar cheia, mas é que o Lupinho consegue, a cada
semana, de segunda a domingo, envolver, sete dias por semana, aproximadamente,
cem músicos. Isso é muito importante.
Eu, que tenho discutido muito sobre a questão
da música, a questão de Projetos de Lei sobre a valorização do nosso músico e
dizer que temos músicos de todas as vertentes musicais, pude ver que uma casa
temática como essa consegue levar mais de cem músicos por semana, alegrando as
pessoas, mostrando os seus talentos e oportunizando - por que não? - geração de
renda e de emprego. Porque grande parte dessas pessoas sobrevivem da música. E
essa casa, por oferecer esse espaço, como outras em Porto Alegre, mas essa
casa, por essa questão temática e o envolvimento de um nome muito forte do pai
do Lupinho, Lupicínio Rodrigues, sem sombra de dúvida, foi e é o maior
compositor de todos os tempos que o nosso Estado teve, e com a característica
de ser um compositor que nunca quis sair do Rio Grande do Sul, onde tinha suas
raízes. E a Lourdes Rodrigues, na sua apresentação, falou também disso, ela
disse que quando tinha quinze anos, houve um concurso nacional do qual ela foi
a vencedora da mais jovem bela voz do Brasil, e recebeu, na oportunidade, um
convite para ir para o Rio de Janeiro, e não foi. E disse que assumiu um
compromisso, naquela época, com o Lupicínio Rodrigues, de ficar no Rio Grande
do Sul. Mas eu sempre digo para a Lourdes que, se ela tivesse ido para o Rio de
Janeiro, teria vendido milhões e milhões de discos; porque ainda o Rio Grande
do Sul não consegue produzir aquilo que a Bahia faz com propriedade; ou seja,
na Bahia muitos músicos, de uma hora para outra, lançam discos e vendem
milhões. E nós sabemos que a Lourdes, hoje com os seus sessenta e cinco anos,
com o seu potencial, com o seu talento, teria, sem sombra de dúvida, vendido
milhões e milhões de discos.
Então,
eu venho, de público, agradecer aquilo que o Lupinho fez. Mas o que eu queria,
na realidade, era fazer essa distinção dessa casa que oportuniza a mais de cem
músicos por semana, e que, nesse espetáculo da semana passada, fomos brindados
com a magia, com a voz da eterna musa da canção do Rio Grande do Sul, Lourdes
Rodrigues. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, senhoras e senhores, dificilmente, talvez por uma ou duas vezes,
vim a esta tribuna para ler um discurso. No entanto, em razão deste momento
triste da humanidade, nessa noite eu produzi um discurso que passo a ler,
Presidente. “No século XIX, um aventureiro inglês, Cecil Rhodes, que tinha se
transferido para a África do Sul e lá descoberto incalculáveis fortunas,
estimulando inacreditavelmente a expansão do capitalismo da época, chegou a
dizer que se um dia não houvesse mais nenhum país onde o capitalismo se
instalar e explorar seus mercados, então seria preciso levar a expansão de
novas fronteiras ao espaço sideral. O mundo está novamente em guerra, e nisso
não vai qualquer novidade. A guerra é inerente às sociedades humanas, faz parte
de toda a história da humanidade. Há guerras injustas - quase todas - e guerras
justas - muito poucas. Um exemplo do conflito bélico justo foi a 2.ª Guerra
Mundial, em que as nações ditas livres combateram as forças do autoritarismo e
da barbárie reunidas no eixo formado por Alemanha, Itália e Japão.
Ironia
das ironias, o Brasil ditatorial do Estado Novo de Getúlio Vargas, onde não
havia qualquer liberdade, formou ao lado das nações livres, inclusive enviando
soldados para combater na Itália.
George
Bush, além de seu irracionalismo, de seu fundamentalismo evangélico, é, na
verdade, o novo profeta da expansão do capitalismo.
Há mais
de uma década, com o fim da guerra fria, a queda do chamado bloco socialista,
acabou o período do bipolarismo na política internacional, marcado pela
oposição entre duas grandes e poderosas nações: os Estados Unidos e a antiga
União Soviética. A dominação unipolar dos Estados Unidos agora, com o país
funcionando como o grande xerife internacional, encontrou em George Bush a
figura ideal para encarnar o novo papel de Cecil Rhodes, o de novo profeta da
expansão capitalista internacional.
Engana-se
quem pensar que a intenção de George Bush é prestar serviços aos seus amigos
texanos, magnatas donos de empresas de petróleo, de olho no ouro negro dos
iraquianos. É evidente que ele mostra interesse pelas imensas reservas de
petróleo do Iraque, estimadas em mais de vinte e dois bilhões de barris. É
óbvio que essas reservas são fundamentais para o funcionamento de toda a
máquina industrial do capitalismo ocidental, inclusive do Brasil. É óbvio que
sem petróleo ou com ameaça constante de redução dos suprimentos internacionais,
a economia mundial encontra um grande obstáculo para sua existência e
desenvolvimento. Portanto, é mais do que óbvio que os Estados Unidos de Bush, o
profeta do capitalismo atual, exerça o seu papel de xerife para derrubar o
regime corrupto e sanguinário de Saddam Hussein.
Ao
atacar o Iraque, o profeta capitalista George Bush está atuando como um moderno
Cecil Rhodes, ampliando as faixas de influência e de atuação do capitalismo.
Mais do que conquistar e assegurar suprimentos de petróleo, ele está tratando
de agir sobre o mundo islâmico, cultura que, até hoje, não se ajustou à cultura
do mundo ocidental, para integrá-la à vida do capitalismo ocidental, às suas
demandas, à sua lógica. Quer dizer, integrar o Oriente Médio feudal ao mundo do
capitalismo. Ampliar fronteiras sempre, é a lógica irracional da expansão
capitalista. É o que ele faz.
Neste
mundo de oito bilhões de habitantes na superfície do planeta, para o
sanguinário George Bush, pouco importam alguns poucos milhões de iraquianos,
quando duas bilhões de pessoas não comem todos os dias, nem têm água todos os
dias.
O
Iraque surge como uma metáfora, algo que precisa ser erradicado para que todos
se conformem aos ditames da expansão capitalista. E esse Iraque, dominado por
um ditador que já matou mais de duzentos mil compatriotas por qualquer razão;
que cortou orelhas dos seus soldados que ousaram se render na guerra anterior,
do “Bush pai”, que tortura crianças à vista de suas mães para que confessem
qualquer coisa; que atacou o Kuwait, que ataca xiitas e curdos. Esse
enlouquecido ditador merece todo o repúdio da humanidade, especialmente
daqueles cidadãos do mundo dotados de singular paixão pela liberdade.
Entretanto,
toda guerra é uma violenta agressão ao princípio da soberania, a toda
capacidade que todas as sociedades e pessoas têm de deliberar sobre quem irá
governá-las, e de se insurgir.
Triste
ironia que o berço da humanidade, mais de cinco mil anos depois, encontre-se
nos braços da mais feroz selvageria, do mais feroz primitivismo. Freud devia
ter razão: os homens e as civilizações são mesmo dominados por dois instintos.
Pena que, mais uma vez, tenha prevalecido o de Tanatos, atração pela morte, em
vez do de Eros, a grande atração pela vida.”
Muito
obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu me
inscrevi em Pauta para falar de um Projeto de Lei do Executivo que o Ver.
Renato Guimarães já citou, mas, como os debates se dirigiram bastante ao Projeto
de Lei do próprio Ver. Renato Guimarães, que institui, na rede municipal de
ensino de 1.º e 2.º graus e demais níveis de ensino, a Educação Anti-racista e
Antidiscriminatória, eu vou abordá-lo. Eu acho que este assunto já tem sido
vastamente debatido nesta Casa, apesar de que, às vezes, temos alguns
posicionamentos que vale a pena serem aprofundados: o que seja anti-racismo e
antidiscriminação.
A
discriminação nós “sentimos na carne” em determinados períodos da história do
Brasil, quando, por pensarmos diferente, não éramos tratados como cidadãos de
pleno direito mas, constantemente, não tínhamos os direitos gerais que um
cidadão brasileiro esperava ter. Não podíamos votar, não nos podíamos
manifestar.
Lembro-me
muito bem, na frente da Prefeitura de Porto Alegre, quando se abria uma faixa
pedindo democracia, a resposta era a Brigada Militar nos levando para a cadeia.
Com
relação a esse período, não podemos agir com revanchismo, com qualquer
preconceito pessoal. Quando falamos em “antidiscriminatório”, realmente temos
que quebrar os preconceitos pessoais sobre algumas pessoas que participaram
desse período no outro lado, mas que não tinham, talvez, a consciência do que
realmente estavam fazendo naquele momento.
Essa
discussão do antidiscriminatório tem que ser feita completamente descarregada
de qualquer preconceito, para que possamos chegar, como ser humano, como um
conceito de humanidade, a conceitos como o que apontou o Ver. Sebastião Melo, a
quem sempre nos temos oposto, mas com quem, pelo discurso que ele fez aqui, no
seu espaço de liderança, nos irmanamos numa mensagem contra a guerra.
São
momentos que vivemos em que temos de demonstrar o lado de ser humano, esse lado
de opositores na política, mas entendendo que a discriminação é o maior mal que
pode existir na humanidade. O sentimento antidiscriminatório deve ser
construído desde o primeiro momento de escolarização das nossas crianças para
que elas absorvam esse conceito no seu dia-a-dia.
Nós
passamos por essa experiência no DMLU, com relação à coleta seletiva do lixo.
Nós fomos direto aos colégios para falar com as criancinhas de quatro, cinco
anos sobre a coleta seletiva do lixo e hoje já temos em Porto Alegre uma
geração que a pratica e que não consegue mais imaginar não praticar a coleta
seletiva do lixo.
Com
relação à discriminação, nós temos de agir de modo semelhante com as crianças.
Lembro-me de uma cena, no condomínio onde eu morava: em frente ao condomínio
havia uma vila, e as crianças negras de dentro do condomínio “corriam” com as
crianças da vila que entravam no condomínio para catar na lixeira. As crianças
negras de dentro do nosso condomínio “corriam” com as crianças da vila,
dizendo: “Saiam daqui, seus negros.” Essa atitude vinda de crianças choca mais,
pois uma pessoa, depois de quarenta, sessenta anos de vida, já recebeu uma
carga de cultura que leva a essa discriminação; mas quando vem de uma criança,
isso nos preocupa muito mais: o que estamos, realmente, criando em termos de
espécie, em termos de raça humana. Lá nos primeiros anos de escolarização, essa concepção da antidiscriminação e do
anti-racismo tem que começar a ser construída como conceito de humanidade, como
conceito filosófico, como conceito de vida.
Eu
gostaria de, aqui, como fez o Ver. Renato Guimarães, chamar a atenção para esse
outro Projeto que o Executivo nos encaminha, já em segunda Sessão neste
Plenário, para a tomada de empréstimo, junto à Caixa Econômica Federal, para os
Programas Pró-Saneamento e Pró-Moradia, pelos quais se resolve uma série de
problemas históricos da cidade de Porto Alegre, com construção, com melhoria do
sistema de esgotamento e tratamento cloacal das águas do Bairro Restinga. Já
existe lá um sistema de tratamento, mas que precisa de ampliações, e com isso
cada vez se dá mais aquele passo adiante para que se tenha, realmente, o nosso
Guaíba saneado.
Um
ponto importantíssimo é o cadastramento digital das redes do DMAE. Quando não
se passou por um órgão público, quando não se está lá dentro, não imaginamos
como é difícil saber onde é que está um cano do DMAE, porque os anos vão
passando e as plantas vão-se amarelando. Com a tecnologia digital se resolve,
com acesso rápido e instantâneo, a planta de canos da nossa Cidade, e com um
empréstimo pequeno, de 1 milhão, 160 mil reais, só para essa área, conseguimos
resolver esse problema.
Concluindo,
Sr. Presidente, também estão incluídos, aqui no Pró-Saneamento, vários
problemas de esgotamento pluvial, e, no Pró-Moradia, uma série de Projetos
habitacionais da Prefeitura de Porto Alegre, que tem nesses últimos anos
apresentado um projeto efetivo de moradia popular. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Presidente, Ver. João Antonio
Dib; Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras e todos os que nos assistem.
No ano 416 a. C., a democracia escravista de Atenas desenvolvia uma política
imperialista agressiva buscando homogeneizar o mundo grego e dominar o mundo. A
pequena Ilha de Melo, que nada tem a ver, evidentemente, com o nosso colega
Ver. Sebastião Melo, era povoada por colonos de origem espartana e mantinha uma
prudente neutralidade entre Atenas e Esparta em permanente luta. Mas, para os
atenienses, quem não estivesse com eles estava contra eles, que exigiram que os
habitantes de Melo apoiassem a sua aliança guerreira. Como eles, dignamente, se
recusaram, os atenienses armaram uma poderosa esquadra e desembarcaram à força
em Melo para submeter a sua população. O diálogo entre os atenienses e os
habitantes de Melo é uma obra-prima da profissão de fé imperialista,
extremamente atual, contemporânea. É o grande historiador grego Tucídides que
reproduz essa fala. Dizem os atenienses: “Não empregaremos belas palavras, não
diremos que a nossa denominação é justa porque derrotamos os persas, que a
nossa expedição contra vós tem por objetivo vingar os males que fizestes
sofrer...”, continua: “... mas, por vosso lado, não penseis em nos convencer
sustentando que foi na qualidade de colonos de Esparta que recusastes a fazer
campanha conosco e que não causastes qualquer dano à Atenas.” Agora vêm
palavras que poderiam ter sido proferidas por Bush: “Sabemos, e vós sabeis tão
bem quanto nós, que a Justiça não entra em linha de conta nos raciocínios dos
homens, senão quando as forças são iguais de parte a parte; caso contrário, os
fortes exercem o seu poder e os fracos devem ceder.” Como os habitantes de Melo
se recusaram a ceder, os atenienses tomaram de assalto a ilha, passaram nas
armas todos os homens adultos, reduziram as mulheres e as crianças à escravidão
e colocaram cinco mil colonos atenienses em seu território.
Por
que trazemos a esta Casa esse acontecimento histórico? Porque, no dia de hoje,
com o ataque do “império estado-unidense” ao povo do Iraque, repete-se a mesma
prepotência imperialista, só que de uma forma muito mais hipócrita, disfarçada
de libertação do povo do Iraque. O massacre do povo iraquiano, contra toda a
opinião mundial, contra todas as normas do Direito Internacional, não se baseia
em nenhuma acusação concreta e comprovada contra o Iraque, assim como o
extermínio do povo de Melo pelos atenienses tampouco necessitou de
justificativas, afora os interesses imperialistas. Rasgada a Carta da ONU, que
até ontem era a Constituição do mundo, adentramos em um mundo sem lei. Agora,
haverá somente a lei do mais forte. As teorias neofascistas do complexo
econômico-militar que hoje governa os Estados Unidos através de Bush, da guerra
infinita, da guerra sem limites, da guerra preventiva, criam uma nova realidade
tenebrosa para o mundo. A partir de agora a corrida armamentista de todas as
grandes potências será irrefreável. China, Rússia, Índia, países europeus
doravante terão de se armar para evitar o domínio, pela força, através do “império
norte-americano”. A que levará isso? A uma hecatombe, possivelmente à
destruição da própria humanidade.
A
título de epílogo, é importante dizer que poucos anos depois que Atenas
massacrou os habitantes da Ilha de Melo, a própria Atenas foi submetida pelos
demais povos gregos, e os seus cidadãos só não foram transformados em escravos,
porque alguns lembraram as grandes contribuições artísticas e filosóficas que
Atenas havia levado ao mundo. Contribuições que certamente não teremos do
“império do norte”, quando chegar a hora da verdade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu
boa-tarde especial ao Ver. Luiz Braz. Gostaria de manifestar todo o nojo, toda
a ojeriza a esse golpe brutal na humanidade, pela covardia, pela disparidade e
desproporção que existe entre o maior país do mundo e um pequeno país, infeliz,
paupérrimo, que é atacado e dizimado da forma mais regressiva, brutal e
estúpida. A humanidade, hoje, não admite mais a palavra guerra.
Mas,
volto a falar sobre a área da Saúde, especialmente no indicativo de greve,
novamente, dos médicos e servidores da área da Saúde da cidade de Porto Alegre.
A crise se agrava com um e-mail, publicado,
hoje, no jornal Zero Hora, onde a
Vice-Secretária Ana Regina faz um texto que acirra ânimos, onde,
principalmente, faltou o que se chama de o pundonor administrativo, porque é
inconcebível, no Item 9, aquilo que, ontem, leu o Ver. Dr. Goulart desta
tribuna: (Lê.) “Esta orientação deve ser reproduzida oralmente às chefias e
servidores. Não se constitui em orientação a ser impressa e tampouco colada em
murais e paredes.” Ora, senhores, se há esta repressão, se há esta atitude
autoritária, se há esta restrição ao seu próprio texto, escrito pela
Vice-Secretária Ana Reginal Boll, acho que ela “pisou na bola”. Foi uma coisa
muito grave, foi alguma coisa que para nós é inaceitável. Por que esse tipo de
discriminação? Por que acirrar os ânimos nessa hora? Por que essa ofensa grave,
que é fazer as coisas de uma forma, entre aspas, escondida, mas com a intenção
de levar ao conhecimento da população? Por que o site foi feito na Internet? Ela tem a intenção de publicar, sim! É
exatamente o contrário do que o texto está dizendo. A intenção foi publicar,
sim! A intenção é acirrar ânimos; a intenção é colocar uma corporação toda em
greve. E eu não sei por que o Prefeito assinou aquele Decreto que evidentemente
não é da lavra dele. Hoje talvez ele se arrependa e veja a “fria” em que ele
entrou, quando assinou um Decreto absolutamente discriminatório contra uma
corporação, correndo esse risco e submetendo a população de Porto Alegre, com
uma profunda leviandade, ao desatendimento médico na cidade de Porto Alegre.
Uma Cidade que já é carente na área da Saúde, uma área delicadíssima, uma área
que vem clamando por uma política municipal de saúde, que até hoje não teve;
uma área que todos os dias nos dá as piores notícias, como se fosse uma notícia
de guerra. É só ir a uma emergência de um hospital público maior que se vê o
que é o sofrimento e a dor das pessoas, e é dessa forma que se trata esse tipo
de problema. É dessa forma leviana, dessa forma inadequada, inaceitável que se
tratam esses tipos de problemas característicos de uma Administração que até
hoje não disse a que veio na área da Saúde.
Por
isso, Sr. Presidente, neste dia triste em que vimos a destruição de algumas das
coisas mais carinhosas da história do mundo, nós também vemos, aqui em Porto
Alegre, numa montagem muito menor, também a inépcia, também a incompetência,
também a má intenção, a má-fé em publicar nas páginas dos jornais de hoje uma
forma de apagar esse incêndio que é a falta de atendimento na cidade de Porto
Alegre pela greve dos médicos. Esse incêndio que é tentado apagar com tonéis de
gasolina. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, na noite de ontem, realizamos na nossa Catedral
Metropolitana Mãe de Deus uma reunião com os dirigentes da nossa Catedral e com
o nosso Secretário de Indústria e Comércio, que, em última análise, é o
responsável pelo turismo também em Porto Alegre.
Nós
nos reunimos para falar especificamente sobre turismo religioso. Muitas pessoas
podem estranhar: turismo religioso. Mas temos em Porto Alegre um imenso
potencial turístico na área religiosa. Temos a nossa Catedral Metropolitana Mãe
de Deus construída ao estilo de nossas réplicas das igrejas missioneiras, com
uma arquitetura rica - está a nossa Catedral imponente ao lado do Palácio
Piratini. E a nossa Catedral, em breve – esperamos – terá também o seu museu
sacro, que ainda está em fase de planejamento para a construção. Mas será um
museu que certamente atrairá turistas para Porto Alegre.
Próximo
a ela, temos a nossa maravilhosa Igreja Nossa Senhora das Dores, com suas
escadarias e com uma construção centenária que está com grandes trabalhos de
recuperação.
Temos
também, e muitas pessoas não conhecem, a Igreja Santa Terezinha, localizada na
Rua Ramiro Barcelos, onde nessa Igreja temos pinturas de Aldo Locateli,
tristemente desconhecidas da maioria da nossa população. Lá estão as pinturas
do famoso pintor de nacionalidade conterrânea da nossa Ver. Maristela Maffei;
ambos italianos.
Temos,
em especial, o nosso Santuário Mãe de Deus, no alto do Morro da Pedra Redonda,
na confluência dos bairros Vila Nova e Belém Velho. Uma arquitetura muito
bonita e uma maravilhosa paisagem; ficam, aqui, todos convidados a conhecer a
paisagem que se vislumbra e se deslumbra do Santuário Mãe de Deus. Ali, próximo
temos a centenária Capela de Belém Velho, recentemente restaurada, confirmada
pela ex-Secretária da Cultura Margarete Moraes.
Temos
a gruta Nossa Senhora de Lourdes, onde o Ver. Ervino Besson costuma fazer as
suas peregrinações, e lá também temos muitas curas.
Também
temos outras atrações como a arte cemiterial e muitos pontos, templos de outras
igrejas não-católicas que servem como atrações turísticas em Porto Alegre.
O
turismo é o ramo da nossa economia que mais multiplica empregos e impostos e
que, tristemente, ainda não é suficientemente explorado na nossa Capital. Mas
esperamos que novos tempos venham. Nós temos o fortalecimento do Convention
& Bureau, os novos tempos da Secretaria da Indústria e Comércio e de
Serviços, com o nosso Ver. Adeli Sell à testa de novos planos.
Esperamos
que a sociedade, conjuntamente, possa lutar pelo turismo, lutar pelo nosso
emprego, renda e impostos em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois
das digressões e reflexões dos colegas Vereadores sobre a conjuntura
internacional, eu retorno aqui às questões do nosso cotidiano, do dia-a-dia, às
questões mais chãs, Ver. Elói Guimarães, que exigem uma manifestação de parte
de nossa Bancada.
Nós
trazemos aqui um assunto, pois não entendemos qual é a posição do PT, porque o
PT está naquela faixa de agradar todo mundo. E o que eu trago aqui é a seguinte
questão: os que conhecem Porto Alegre - e é comum aos Srs. Vereadores - sabem
do problema da Praça Florida. Praça Florida que, quando eu presidia a Comissão
de Educação, nós conseguíamos, até com o apoio da então Subsecretária da
Educação, da Ver.ª Sofia Cavedon, resolver o problema da creche. Conseguimos
que ela, rapidamente, em vinte e quatro horas, conseguisse uma verba
necessária, com a autorização do Orçamento Participativo, para construir a
creche. Mas aquilo lá, a Praça Florida e o seu entorno, a Rua 7 de Abril, a Rua
São Carlos, próximos de onde estão os painéis, os afrescos de Aldo Locatelli,
na Igreja Santa Terezinha - não a localizada na Av. José Bonifácio, mas lá da
Rua Ramiro Barcelos, próxima à Av. Farrapos - o que está acontecendo ali, Ver.
Zé Valdir, é que não há mais condições de os moradores transitarem por ali. À
noite, então, é um horror! É prostituição masculina, é prostituição feminina,
acontece de tudo ali na Rua São Carlos, na Rua 7 de Abril, na Rua Hoffmann, no
entorno da Praça Florida, junto às residências. E as pessoas que moram ali são agredidas por todo esse trottoir que ali existe. E o que faz a
Prefeitura? A Prefeitura declarou, em uma reunião, por intermédio da Secretária
Helena Bonumá, que havia conseguido um modus
vivendi entre os moradores e os profissionais do sexo, o que não
corresponde à realidade. Recebi uma manifestação, um fax da Associação dos
Moradores e Amigos da Praça Florida, que manifestam a sua indignação. E não é
na discrição, Vereador, dos michês da Rua José Bonifácio, que a comunidade da
Rua José Bonifácio não agüenta mais, Ver. João Carlos Nedel. É lá, próximo à
Igreja Santa Terezinha, na Rua Ramiro Barcelos, onde estudantes, alunos e
alunas, que freqüentam faculdades à noite, não podem chegar às suas casas, pois
são agredidos, vítimas de violência e de assalto.
E
a Secretaria, que aqui nós votamos, de Direitos Humanos e Segurança Pública,
que veio para resolver esses problemas, não está dizendo a que veio. Ao
contrário, disse que estabeleceu um modus
vivendi entre os profissionais do sexo - à noite - e os moradores, o que
não é verdade. A comunidade não agüenta mais, está fazendo uma apelo, um SOS a
esta Casa, para que as Comissões correspondentes... Não adianta nós fazermos
discursos bonitos, quando matam, quando assaltam, quando violentam, e nós não
buscarmos a equação no cotidiano, no dia-a-dia, lá onde as pessoas moram. Eu
estou falando da Rua São Carlos, da Rua Hoffmann, da Rua 7 de Abril, estou
falando dos moradores do entorno da Praça Florida.
Vamos
buscar uma solução em nível de Comissões, em nível das Secretarias existentes
no Município, que foram criadas para resolver esses problemas e que não estão
resolvendo. Vamos buscar uma solução junto com o Secretário da Segurança,
porque está tudo ilegal: há motéis sem alvará, há casas de cômodos sem alvará,
e a Prefeitura não toma nenhuma providência para autuar.
Em
compensação, quando é para dar notícia fácil, quando é para dar o marketing fácil, Ver. Carlos Pestana, de
cassar e punir camelô na Rua da Praia, no Centro, e para apreender óculos e proibir
a venda de óculos, aí está pronta a fiscalização. Agora, eu quero ver autuar
motéis, casas de cômodos, pensões, que estão funcionando como casas de cedência
ali, ao lado de famílias. Eu quero ver soluções concretas para isso de parte do
meu amigo, Ver. Adeli Sell, da SMIC, e da Secretária Helena Bonumá, a quem,
outro dia, eu tive de ajudar, numa manifestação de irresignação dos moradores
da Rua José Bonifácio. Tive de ir em sua defesa, dizendo que ela estava ali
para buscar soluções e que não havia ido para confrontar. Não dá mais. Este é o
apelo que faço ao Governo, à Administração Municipal e Estadual para que nos
ajudem nesta empreitada de solução, porque os moradores não têm mais a quem
apelar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Elói
Guimarães; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, público que nos
acompanha aqui e pela TV Câmara, o primeiro tema mais importante na data de
hoje, o mais triste para a humanidade na data de hoje é o tema da guerra, Ver.
Pedro Américo Leal. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, o Partido dos
Trabalhadores, os nossos Governos e, em geral a sociedade brasileira, repudia
firmemente a guerra iniciada pelo Presidente norte-americano George Bush. E o
fato mais lamentável, mais triste, é que, no ano de mobilizações pela paz, em
que o mundo pede que o signo deste ano seja o signo da paz, o Presidente americano
queira que seja o signo da guerra.
Mas
a Câmara de Vereadores, conjuntamente, fez aqui o seu ato pela paz, o seu
pedido de paz contra a guerra deflagrada ontem ao Iraque. Aqui, antes,
estiveram Vereadores, o Ver. Sebastião Melo, contra a guerra; o Ver. Cláudio
Sebenelo, contra a guerra; o Ver. Isaac Ainhorn, contra a guerra; agora a
Bancada do PT, contra a guerra.
É
importante registrar que os Líderes de Partidos e toda a Câmara de Vereadores
estão contra a guerra declarada por Bush. Insistimos no pedido para cessarem
todos os ataques e voltarem às ações diplomáticas para uma saída pacífica para
o impasse estabelecido entre os Estados Unidos e o Iraque. Essa guerra foi
implementada por interesses econômicos, por interesses de um único país que se
julga a polícia do mundo e o melhor caminho para todos os povos. É pela
independência dos povos, dos países, também que somos contra a guerra.
Independente de sermos contra o regime de Saddam Hussein, somos a favor da
independência desses povos, da determinação que os povos têm em definir o seu
destino político, o seu destino como nação. A ONU foi desrespeitada, os países
foram desrespeitados, a Europa foi desrespeitada, a América Latina foi
desrespeitada, mas, acima de tudo, a vontade mundial foi desrespeitada por
conta do desejo do Presidente americano em deflagrar essa guerra por interesses
políticos e econômicos.
Mas
nem tudo são más notícias, hoje. Queremos, aqui, Ver. Pedro Américo Leal,
tratar da matéria que saiu no jornal, no domingo, sobre a Vigilância Sanitária
e o seu novo prédio, que está para ser inaugurado daqui a mais ou menos umas
duas semanas. Queremos contar com a presença do Ver. Pedro Américo Leal para a
inauguração desse prédio; há, inclusive, a disposição de se fazer uma visita ao
local, e é importante que V. Ex.ª esteja presente. Mas a matéria do jornal diz
que a Vigilância Sanitária de Porto Alegre é referência nacional, que Porto
Alegre é referência nacional em vigilância sanitária. Esse é um título
importantíssimo para Porto Alegre e foi um trabalho que realizamos juntos, aqui
na Câmara, e com a participação intensa do Ver. Pedro Américo Leal.
Também
quero referir o anúncio do Presidente Lula dizendo que a sociedade, Ver. Isaac
Ainhorn, discutirá todos os investimentos. A matéria, inclusive, diz que o
Programa é inspirado no Orçamento Participativo e que o Plano Plurianual será
discutido por toda a sociedade, contradizendo os que disseram que o Governo
Lula não queria a participação popular nem o OP, e aqui está a comprovação. A
partir da reunião ministerial de ontem, decidiu-se que será discutido com toda
a sociedade o Plano Plurianual, portanto, democracia participativa
nacionalmente.
Temos
um outro tema bastante importante a comentar, que nos felicita muito. A Empresa
Carris ganhou, pela terceira vez, o Top
of Mind - está no Diário Oficial de hoje. Somos referência na vigilância
sanitária, somos referência como empresa pública de transporte coletivo, pois a
Cidade ganha o prêmio Top of Mind
pela terceira vez. Por último, quero me referir ao Programa de Combate à Fome.
A Prefeitura de Porto Alegre está em uma ação intensa para, junto com o Governo
Federal, tratar do combate à fome em Porto Alegre. Como diz o nosso lema: “Aqui
a nossa guerra é contra a fome” e elaborou-se um material compilando todas as
atividades de combate à fome. Ontem, na Câmara de Porto Alegre, aprovamos a
Comissão Especial de Combate à Fome, proposta por este Vereador. E hoje temos
aqui o material da Prefeitura que trata disso. Eu gostaria de dar apenas um
dado aos Srs. Vereadores: Porto Alegre distribui 5,5 milhões de refeições por
mês, mais de 60 milhões de refeições distribuídas nos diversos programas da
Prefeitura por ano. Porto Alegre contribui imensamente para o combate à fome e
à desnutrição infantil, mas vai ampliar esse Programa para distribuir ainda
mais e atender toda a população necessitada e carente da nossa Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quero registrar a presença do ex-Ver.
Homero Ferrugem Martins, que pertencia ao MTR, Movimento Trabalhista Renovador,
Partido fundado por Fernando Ferrari. Sinta-se V. Ex.ª à vontade aqui na Casa
do Povo de Porto Alegre.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Elói
Guimarães; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, eu recebi uma
advertência, no dia de ontem, de um contumaz censor das atuações parlamentares,
especialmente nesta Casa, que me alertava e até admoestava sobre a circunstância
de que, segundo ele, até o ano que passou, nós sustentávamos que esta Casa não
poderia ficar submetida a um processo de discussão permanente a respeito dos
grandes problemas nacionais e até internacionais e, ao mesmo tempo, se omitir,
ou deixar para um plano secundário aquelas situações de fato que dizem respeito
ao cotidiano, ao dia-a-dia da Cidade.
Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos procurado não nos omitir dos
grandes debates que se travam nesta Casa, e freqüentemente somos - e reconhecemos
esse fato - compelidos a acompanhar o debate nos termos em que ele é proposto.
Isso não implica, de forma nenhuma, que nós sejamos omissos com relação à
realidade da cidade de Porto Alegre. Não desconhecemos as mazelas da construção
da Perimetral, que, depois de ser aguardada por longo tempo, se transformou
numa novela interminável, onde se vêem problemas em todos os segmentos da sua
construção, quer seja na Av. Carlos Gomes, quer seja na Av. Nilo Peçanha, onde
são impressionantes os problemas que ocorreram, com alteração inexplicável do
projeto de construção daquela elevada, que foi reduzida no seu vão para
produzir economia e, ao contrário, está criando um encarecimento da obra de tal
ordem que a empresa que deveria construí-la até o final já quebrou. E as
empresas que deveriam substituí-la, que foram chamadas, não querem assumir,
criando-se um caos interminável. Não deixamos de reconhecer e de nos ocupar do
que está acontecendo na Av. Aparício Borges, que já se aproxima da situação
dramática em que se encontram a Av. Nilo Peçanha e a Av. Carlos Gomes. Isso
tudo, Ver. Wilton Araújo, dentro da
Perimetral, mas a gente não desconhece que ainda hoje nada foi feito na Av. D.
Pedro II. Já passou o período de quatro anos que deveria ser utilizado na
construção da Perimetral, e na Rua D. Pedro II nada foi feito! O viaduto que
deverá existir no eixo da Av. D. Pedro II com a Av. Benjamin Constant não foi
sequer licitado, não se sabe se o será, quando o será. Nós não desconhecemos
esse fato, mas também não podemos desconhecer que há uma guerra no mundo! Não
podemos desconhecer que há um Governo Federal que se armou com os derrotados de
todos os Estados e que começa a “apresentar água”, e temos que nos ocupar
disso. Mas ficamos preocupados, sim, com os problemas desta Cidade! Vemos
aquela “eternidade” que é o Triângulo da Av. Assis Brasil e Av. Baltazar de
Oliveira Garcia, obra que já devia ter sido concluída, Ver. Isaac Ainhorn, há
dois anos, e não se tem perspectiva de quando vai ser concluída, ou vamos na
Zona Sul e vemos problemas gravíssimos na construção da Av. Juca Batista.
Voltamos para o Centro da Cidade e vemos que o pórtico de Porto Alegre, junto
ao DEPRC, junto à nossa zona portuária, que tem recurso do Pró-Memória, está
paralisado também! Não bastou o viaduto da Av. João Pessoa ter aqueles
problemas, mesmo porque até hoje não foi completamente concluída a obra.
Ver.ª
Margarete Moraes, e o Centro Cultural inacabado aqui nas proximidades da Câmara
de Vereadores? E agora ouço uma entrevista na qual dizem que vai ser feita a
terceira etapa para ser feito um restaurante! Toda essa obra para fazer um
restaurante! Como se não houvesse um restaurante aqui no Parque da Harmonia,
Ver. Elói Guimarães!
Então
quero dizer aos nossos críticos que não estamos fugindo, nem tergiversando
sobre nenhum debate aqui na Casa. Não estamos cegos sobre a realidade de Porto
Alegre, não estamos cegos às mazelas do inacabável Cine Capitólio, com todos os
riscos que ele oferece; não, nós temos tudo isso bem presente, mas temos de
dosar a nossa atuação, dosá-la de tal ordem que, sem descurar do debate
nacional, da grande realidade mundial que nos envolve, nós não haveremos de
deixar de demonstrar a caótica situação que vive a cidade de Porto Alegre, com
problemas não só na execução de suas obras, mas com problemas no próprio
abastecimento de água na Cidade, com problema na área da saúde, como bem têm
demonstrado aqui aqueles Vereadores mais vinculados ao problema surgido com a
classe médica na cidade de Porto Alegre; com problemas do DEP - com os
alagamentos constantes em Porto Alegre, cada vez mais agravados -, com
problemas sérios numa Porto Alegre que não é a Porto Alegre rosa que alguns
cantam, mas que é a Porto Alegre real que nós vivemos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum passamos à
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, nós gostaríamos de
requerer que o primeiro Veto a ser apreciado, evidentemente consultado todo o
Plenário, fosse o Projeto de Lei do Legislativo n.º 062/02, com Veto Parcial, e
que a seguir fosse apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º
004/02, com Veto Parcial; depois seguiria a ordem natural. Solicito que V. Ex.ª
consulte o Plenário.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, por solicitação do
Ver. Renato Guimarães, o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn
referente à ordem de votação dos Projetos. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Dez votos NÃO. São necessários
dezessete votos. Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h50min.)
* * * * *